Teresa Salgueiro e Caetano Veloso
Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.
Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...
Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.
Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...
Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.
David Mourão-Ferreira
4 comentários:
O meu poeta do amor preferido, entre os portugueses contemporâneos. Simplesmente magnifico.
Passei por aqui, como faço todos os dias, para ler, para ver, para me deliciar...
Cumprimentos.
Poesia linda... Abraços!
passei por aqui, como também faço com regularidade, para me deliciar com o teu bom gosto. Gosto forte, sensual, aromatizado pela experiência de uma vivência plena, que vai do real ao fantástico e regressa ao poro da pele... que se acaricia enlevada. Gosto muito.
Rui Peralta
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